A equipe médica do Hospital Unimed, em Ribeirão Preto, elogiou o atendimento recebido pelo jogador Pedro Severino, de 19 anos, no Hospital Municipal "Dr. Waldemar Tebaldi", em Americana, durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (12).
Ao ser questionada por jornalistas a respeito do protocolo de morte encefálica iniciado (e interrompido após reflexos de tosse) pelo Hospital Municipal de Americana, a equipe médica afirmou que os profissionais de Americana seguiram um protocolo mundial. "A abertura do protocolo é mundial, são etapas avaliadas para constatação da morte, todas as etapas devem estar finalizadas para constatar reflexos de funcionamento do cérebro. O que é mais importante é a questão da descontinuação do protocolo já numa etapa inicial, assim que detectado o reflexo presente, que foi o reflexo de tosse. Não dá para se falar em precocidade ou não, dá para falar da assertividade da descontinuação do protocolo, que foi aberto nada mais para testar os reflexos do paciente", disse o médico Gil Teixeira, coordenador da UTI adulto da Unimed de Ribeirão Preto.
O médico neurocirurgião Dr. Romeu Boullosa destacou, ainda, que, após o acidente, tudo deu certo com o Pedro. "Desde a hora que tirou ele da pista, a equipe do hospital, a equipe de cirurgia até a transferência. Essa sequência de eventos e de procedimentos, protocolos médicos, foram seguidos com extrema eficiência. Esse resultado do Pedro é porque todos os procedimentos foram feitos com extrema competência e eficiência", afirmou.
Os jornalistas questionaram, ainda, se o caso de Pedro Severino pode ser considerado um milagre. "O termo milagre é um julgamento de cada um, dependendo de suas crenças. Porém o nosso milagre, aqui, foi extremamente realizado por seres humanos, em decorrência da capacidade técnica de toda a equipe médica e profissional que atendeu o Pedro, desde Americana. Esse é o primeiro componente do milagre. O segundo componente do milagre foi o amor dos pais do Pedro, que estiveram presentes em todos os momentos, e também de toda a equipe multidisciplinar que o acompanhou, pois ele não era apenas um jogador, e sim um filho. E o terceiro fator foi a idade e as condições: um jovem, atleta e com condicionamento físico. Além, é claro, da fé da família, que deu e para que eles enfrentassem todos os momentos", afirmou a médica Amanda Benelli Kujavo.
Em relação a um dos olhos fechados, visível nas imagens do jovem postadas nas redes sociais após a sua alta hospitalar, os médicos explicaram que Pedro Severino teve uma pitose palpebral, que consiste na lesão do nervo que levanta a pálpebra do lado direito em decorrência do trauma de base de crânio sofrido durante o acidente. Segundo os médicos, é necessário aguardar para saber se haverá recuperação ou não e, caso não se recupere, existem cirurgias oftalmológicas que ajudam nesta questão. Porém, a visão do jovem atleta não foi perdida, uma vez que Pedro enxerga, joga videogame, mexe no celular e reconhece as pessoas.
Segundo a equipe médica, Pedro Severino segue se recuperando em casa e deve recuperar sua movimentação ao longo do tempo. "O lado direito do cérebro, que controla o lado esquerdo do corpo, foi o mais afetado, mas acredito que ele vá recuperar ao longo do tratamento. Ele não deve mais ar por nenhum procedimento cirúrgico", finalizaram os médicos.
Jogador do Red Bull Bragantibo, Pedro Severino sofreu um acidente automobilístico na Rodovia Anhanguera, em Americana, no da 4 de março. Ele foi socorrido ao Hospital Municipal "Dr. Waldemar Tebaldi", em Americana, e, no dia 6 de março, foi transferido para o Hospital Unimed, em Ribeirão Preto. Desde então, o jovem ou por quatro cirurgias e permaneceu internado por 96 dias.
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